Construi meu momorial de leituras é fazer uma viagem no tempo, é lembrar do doce sabor de épocas saudosas e para isso, não posso deixar de citar o poeta, músico, escritor, Padre Zezinho. Recordo uma de suas músicas que lembra a minha infância, o comecinho da miinha vida: "Das muitas coisas do meu tempo de criança, guardo vivo na lembrança o aconchego do meu lar, no fim da tarde, quando tudo se aquietava a família se ajeitava lá no alpendre a conversar, meu pai não tinha nem escola nem dinheiro, todo dia o ano inteiro trabalhava sem parar. Faltava tudo mas a gente nem ligava, o importante não faltava seu sorriso e seu olhar..."
Evidente que a música precisa de ajustes para caber a minha história, entre elas, o fato de minha casa não ter alpende e o sorriso do meu pai não era constante. Havia as broncas, o castigo e as chicotadas, as brigas... Ah! mas a riqueza das histórias que meu pai contava me levava para outros mundos. Ao final do dia, quando chegava do trabalho, sentavamos ao chão sobre uma esteira de palha colocada estrategicamente na porta do quarto dele, já deitado narrava para nós as mais belas histórias e eu, não contente com elas saia da esteira e entrava no mundo da fantasia, virava personagem, mudava o enredo, era um mundo particular, só meu.
Recordo- me de ler a vida que girava ao meu redor, a vizinhança, a natureza, os bichos com os quais eu brincava. Minha mãe me iniciou no mundo das letras, não que elas me fossem alheias, eu as conhecia dos livros, das revistas. Comecei a ler num ABC, era um livrinho pequeno e magro, tinha poucas folhas e algumas gravuras, geralmente figuras cujos nomes começavam com a letra estudada. No final do ABC, havia algumas frases. Dominado o ABC veio a cartilha. Eu ansiava por chegar logo na cartilha. Lembro da Cartilha da Alice, Cartilha de Cecília entre outras. Por volta dos cinco par os seis anos fui matriculada na Escola particular de dona Judite. Era uma solteirona austera mas de bom coração, lá havia régua e castigos. A escola funcionava nos fundos da casa num holl largo e comprido com grandes bancos de tirinha em madeira que ao final do dia deixava nos traseiros infantis o vinco das tiras duras. Os pais ao levarem os filhos, faziam questõa de ressaltar que se necessário o castigo seria bem vindo. Eu fazia tudo para não ser castigada. Olhava horrorizada os colegas com as mãos estendidas para a palmatória, alguns molhavam as calças. Meu Deus! eu morreria de vergonha...
Evidente que a música precisa de ajustes para caber a minha história, entre elas, o fato de minha casa não ter alpende e o sorriso do meu pai não era constante. Havia as broncas, o castigo e as chicotadas, as brigas... Ah! mas a riqueza das histórias que meu pai contava me levava para outros mundos. Ao final do dia, quando chegava do trabalho, sentavamos ao chão sobre uma esteira de palha colocada estrategicamente na porta do quarto dele, já deitado narrava para nós as mais belas histórias e eu, não contente com elas saia da esteira e entrava no mundo da fantasia, virava personagem, mudava o enredo, era um mundo particular, só meu.
Recordo- me de ler a vida que girava ao meu redor, a vizinhança, a natureza, os bichos com os quais eu brincava. Minha mãe me iniciou no mundo das letras, não que elas me fossem alheias, eu as conhecia dos livros, das revistas. Comecei a ler num ABC, era um livrinho pequeno e magro, tinha poucas folhas e algumas gravuras, geralmente figuras cujos nomes começavam com a letra estudada. No final do ABC, havia algumas frases. Dominado o ABC veio a cartilha. Eu ansiava por chegar logo na cartilha. Lembro da Cartilha da Alice, Cartilha de Cecília entre outras. Por volta dos cinco par os seis anos fui matriculada na Escola particular de dona Judite. Era uma solteirona austera mas de bom coração, lá havia régua e castigos. A escola funcionava nos fundos da casa num holl largo e comprido com grandes bancos de tirinha em madeira que ao final do dia deixava nos traseiros infantis o vinco das tiras duras. Os pais ao levarem os filhos, faziam questõa de ressaltar que se necessário o castigo seria bem vindo. Eu fazia tudo para não ser castigada. Olhava horrorizada os colegas com as mãos estendidas para a palmatória, alguns molhavam as calças. Meu Deus! eu morreria de vergonha...
Tudo passa! A vida segue seu próprio curso. Passado o período de alfaetização, fui matriculada no Grupo Escolar Anísio Teixeira, a escola da minha infância. Na minha memória infantil era uma escola enorme, circundada por um muro baixo de pedra todo pintado de branco que poderia se pulado por qualquer criança. Havia imensas árvores com copas generososa que servia de abrigo para as brincadeiras durante o recreio. Nessa escola meu desejo pela leitura foi se solidificando. Havia o momento das leituras literárias, lembro da professora sentada solenimente em sua carteira, o restante da sala era todo de fileiras de carteiras levemente inclinadas, sob o tampão da mesa, uma gaveta grande onde eram guardados os materiais escolares, debruçada na carteira, eu ouvia as historias que a professora contava com entonação e efeitos sonoros, após a leitura de cada capítulo, o livro era levantado e apontado para cada fileira para que todos pudessem observar os desenhos,ah, como eu amava essa parte! Depois de vencer os livrinhos da escola, descubro sob o colchão da cama da minha irmã mais velha alguma revistas de fotonovela e passo a lê-las escondido, era leitura proibido para crianças. Em sequencia veio também os famosos livrinho Sabrina, Bianca, Capricho, os gibis, etc.
Quando cheguei na quinta série era uma leitora caprichosa, orgulhosa de não gagueijar e obedecer corretamente às pontuações. Na comunidade, lembro de ser sempre requisitada para a leitura ou escrita de cartas. Comunidade na maioria de analfabetos, eu cumpria esse papel com muito orgulho. Não demorou muito para descobri os clássicos. Meu envolvimento com grupo de jovens católicos me ajudou bastante! Cursava então o antigo ginásio. O Colégio Municipal Dr. Celi de Freitas fiquei até a oitava série. Descobri meu tesouro na biblioteca de um amigo, quando lí Senhora, O Guarani, Memórias Póstumas, Os Magros, Vidas Secas entre dezenas de outros, já havia devorado O Pequeno Príncipe, O meniino do Dedo Verde, Poliana , Poliana Moça, Meu Pé de Laranja Lima e outros, outros e muitos outros.
Terminei o segundo grau por volta dos quize para os dezesseis anos, cursei primeiro o curso de contabilidade no maior colégio do interior da Bahia o Instituto de Educação Régis Pacheco - IERP, não era o que eu queria, cursei então o magistério, antes do final do curso fui convidada para lecionar numa escola particular da cidade, no último ano do curso de magistério, prestei vestibular para o curso de letras na UESB, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, cursei a licenciatura curta, voltei anos mais tarde para o processo de plenificação. Durante minha vida de estudante universitária, participei de vários movimentos e principalmente grupos de teatro onde pude ampliar um pouco mais meu universo literário. Findo o curso, na mesma instituição fui aprovada para o curso de Pós-Graduação em Metodologia do Ensino Superior. Então adulta, professora concursada pelo Estado e pela prefeitura, lecionando naquele que foi o palco das minhas muitas aventuras da adolescência, o Instituto de Educação Régis Pachêco. Lá, tento atrair a atenção dos meus aluno, quer do fundamental quer do ensino médio para a riqueza e a aventura que é enveredar-se no mundo da leitura. Procuro mostrar as minhas turmas que em parte, as leituras que eu fiz, o conhecimento adquirido através delas, foi o meu passa porte para o que eu sou e tenho hoje.
Entre uma coisa e outra, um trabalho, uma obrigação, sempre procuro espaço para uma ré-leitura ou mesmo uma leitura de um bom título descoberto ao acaso, indicado por amigos, comentado numa crítica de jornal ou revista etc.
A cada dia aprendo mais com uma experiência nova, aprendi num dos Tp que "Ler é também sair transforamdo de uma experiência de vida", e que para formar leitores devemos ter paixão pela leitura.
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